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Mostrando postagens de janeiro, 2015

Eu vivo em casa. Eu, vivo, em casa.

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11:22h. Eu. Vivo. Hoje tenho prova de Direito Penal, nem a minha disciplina favorita, mas preciso estudar. Acordei de manhã umas 8h e há alguns minutos cansei de ficar no meu quarto, peguei meu bloquinho com conceitos escritos e fui andar no Parque da Maternidade para tomar ar. Perguntei pra minha mãe se queria que comprasse alguma coisa no mercado para fazer a salada do almoço. Ela disse que talvez tomates. Depois de ver os tomates mais feios, resolvi ir andar logo. Tomei o caminho do Parque da Maternidade e resolvi visitar o Cacimbão, ficar na sombra do bambu e escutar barulho de água caindo. Sentado no Cacimbão, lendo os componentes do crime, segundo a teoria bipartida e a tripartida, percebo alguém descendo a rampa e olhando fixamente pra mim. Se aproximou com a mão no colo abaixando a camisa como se escondesse algo: - Tu mora aonde, meu chegado? - Eu? - É. Tu mora aonde? - Eu moro aqui. - Aqui onde? - Aqui. - Aqui onde? - Aqui no Aviário? - Tu é irmão do Mar

Camisa ao avesso

Pretendo sair de casa com uma camisa ao avesso. Por quê? Estou cansando de escolher roupas. Gosto de estar bem vestido, mas isso demanda tempo. Demanda tempo me expressar numa roupa. Me perceber no dia e transmitir algo aos outros me causa atrasos. O fato de usar uma roupa ao avesso já é uma tradução minha. O avesso da roupa deixa as costuras serem vistas, deixa o feio ser percebido. Via de regra, sou autêntico, independentemente do contexto. Mas estou sentindo peso demais por esses dias. Essa camisa que ganhei quando tinhas uns 16 anos não me cai mais tão bem. A maior parte das camisas transmitem um eu extremamente menino, mas não me vejo bem assim. O pior é que não me vejo como adulto e nem quero ser adulto. O arquétipo de adulto é triste. Quero me levar a sério diante dos problemas, mas saber rir como jovem que não desiste de mudar. Essa questão de imagem é extensa. Meu cabelo, a forma do meu corpo, minhas roupas. O que esperam de mim é o que eu abomino, não quero me format

Semente #1

No instante atual, continuo sem perceber o Direito como ciência, apesar da insistência dos meus professores em afirmar tal coisa. Me lembrei hoje de A brave new world , um filme baseado num livro homônimo. Como tenho pensado diariamente sobre as chamadas Ciências Sociais Aplicadas – Arquitetura, Jornalismo, Administração, Economia, Paisagismo, Direito, etc. – e sobre maneiras de realmente percebê-las enquanto ciências, hoje me lembrei da figura dos Engenheiros Sociais no filme. Além disso, me lembrei de um dos objetivos da Constituição: imprimir conformação à sociedade. Os Engenheiros Sociais no filme, apesar de não julgar, são responsáveis por reproduzir a forma da sociedade em que vivem. E honestamente, uma das visões que tenho sobre o Direito é a de ser raramente transformador.