Como o prestígio, há a greve

Se as universidades federais ainda são bem vistas pela comunidade, algo tão associado à imagem destas são as greves repetitivas noticiadas nos jornais. O público acredita que o pedido central se trata apenas de reajuste salarial, afinal, quais outros motivos levam trabalhadores a entrar em greve?

Neste momento, em junho de 2015, grande parte dos servidores e professores das universidades públicas está em greve. A última vez aconteceu em 2012 e também fui afetado, mesmo sendo estudante do Ensino Médio em uma escola pública. Minha antiga escola, o Colégio de Aplicação, está ligado à Universidade Federal do Acre e por consequência, quando havia greve geral, minhas aulas normalmente eram paralisadas em conjunto.

Fiquei bastante triste com a possibilidade de, em razão da greve, não estar preparado o suficiente para as provas do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) no final do ano de 2012. A verdade é que na época, vivíamos muitos problemas por falta do essencial, desde papel higiênico, segurança nas escadas e inclusive professores suficientes nas salas de aula. Não por acaso, estudantes ainda não formados no ensino superior nos davam aula. Com a minha forma de ser, enrolado em tudo isso, acabei me envolvendo com o comando local de greve do sindicato dos professores.

Foi um momento importante para ter algumas experiências. Uma destas foi acompanhar a ação do procurador da república Ricardo Gralha, na época, membro do Ministério Público Federal no Acre.
De início, havia sido agendada uma conversa na sede do Ministério Público Federal – naquela ladeira próxima à ponte metálica. Durante essa conversa, num dado momento o procurador ouviu minhas experiências e angústias com a realidade vivenciada que expõem a distância clara entre o que deveria ser e o que, de fato, era.



Depois dessa reunião entre professores, alunos e o procurador, marcou-se uma visita ao colégio para o dia 27 de Junho de 2012, na qual ele buscou saber onde estava cada problema e qual era o meio ambiente dos estudantes e trabalhadores. O mais interessante de tudo foi ver e depois poder participar de uma conversa entre a comunidade, os responsáveis pelas condições da escola e o procurador. Naquele momento notei que o Ministério Público, trabalhando em conjunto com os cidadãos e outras instituições, detém bastante poder, como fiscal da lei, para moldar a realidade das instituições públicas e garantir que tenhamos acesso aos serviços públicos.

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