Uma dança de noite

O romance

Noite fria. Céu claro. Lua linda.
Boa de romance. Receptivo aos olhares. Iluminando corações.

O sábado era o segundo dia em que se viam, mas já tinham se permitido algumas intimidades, como a de dançar abraçados. Mesmo sem música, escolheram uma dessas ruas perdidas, cobertas de tijolos, no centro da cidade.

Cheiro bom. Toque intenso.


A quebra

- Ai que susto!
- Que foi? Parece até que tá vendo dois homens se abraçando.
- Ah? Nam - riu depois do susto. A desconsertada em molambos procurou palavras e disse:

- Vocês também se assustaram. Até parece que nunca viram uma sapatão andando na rua.


A análise

- Como será que ela veio parar aqui?
- Não sei, mas pela idade dela, não duvido que tenha sido expulsa de casa pelos pais ou mesmo optado por fugir.
- Isso ainda acontece. Não acredito que seja exclusividade das pessoas velhas.
- Sim, ela deve ter se perdido. Parece que é sempre assim: saem de casa sem rumo e então, não se encontram mais.
- Já senti vontade de fazer isso.


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