Meu primeiro simpósio

Quase meio-dia. Acabei de realizar minha comunicação oral na sessão de comunicação livre com eixo temático Ensino, Práticas de Educação e Experiências de Sala de Aula. Além da fome, ainda resta aquele remexido no estômago que habitualmente precede as exposições em público.

Foi uma experiência do tipo e quero repetir. Todas as comunicações que assisti hoje foram bastante interessantes e dão um panorama do que podemos alcançar se os pesquisadores realmente se utilizarem do conhecimento teórico que constroem, além de reproduzirem experiências similares às apresentadas.

Houve duas apresentações de alunos da UNIR, Universidade Federal de Rondônia, bastante interessantes tratando de experiências em sala de aula. A primeira, intitulada “Episódios da Língua Inglesa na vida escolar” tratou sobre como lidamos com os erros e de que forma isso pode ser negativo ou positivo para o processo de ensino-aprendizagem. Já a segunda, “O graduando como professor em sala de aula: experiências e resultados”, trouxe algo similar a um projeto que participei na Universidade Federal do Acre relacionado à responsabilidade social, no qual os graduando se tornam efetivamente professores e dão aulas - no caso deles, remuneradas – em um projeto que prepara alunos do ensino médio, jovens e adultos e a terceira idade para o Exame Nacional do Ensino Médio.




O espaço se mostrou mais variado do que eu imaginava. Tivemos uma apresentação de alunos concludentes do curso de licenciatura em Química: “Sociedades tradicionais: ensinando Química por meio da produção artesanal do licor natural de abacaxi”. O que eles têm desenvolvido me soou muito interessante, principalmente ao valorizarem os conhecimentos tradicionais e promoverem, como a primeira comunicante havia dito, uma abordagem significativa, neste caso das Ciências da Natureza. Ao final, a Tatiane Fraga da Silva e o Josenilson da Silva Costa agradeceram à prof.ª Anelise Regina – muito bem conceituada por aqui.

Minha apresentação foi a última. Eu pretendia, até ontem à noite, usar slides, como todo mundo faz. No entanto, pude acessar meu e-mail ontem quando cheguei no Terminal Urbano e li as orientações que a Comissão de Organização havia enviado: “não será permitido o uso de pen drive”. Lascou. Nem CD e gravador tenho.

Nada de slides.

Pra mim, não é algo que tenha muito sentido se pretendem evitar a contaminação dos computadores da instituição, afinal o arquivo gravado no CD pode igualmente estar contaminado.

Mas enfim, foi bom. Pude sair da mesmice e treinar a fala sem um suporte que tem se tornado rotineiro de mais, comumente levando ao tédio, inclusive. Considerei a experiência positiva e não me senti menos preparado porque tenho visto o professor de Direito Civil fazer maravilhas só com a fala. O contato com isto me faz bem e tem me acrescentado uma nova habilidade que espero desenvolver.

Gostaria também que algum amigo tivesse assistido e pudesse me oferecer um feedback profundo. Talvez ter gravado fosse interessante também. Não sei se eu conseguiria me assistir, mas preciso melhorar e diminuir esse nervosismo que sempre toma conta de mim.

Tratar do CAp no Simpósio Linguagens e Identidades foi conveniente principalmente sob o título "Artes sequenciais, na forma de gêneros, modelizadas em sequência didática como proposta de ensino-aprendizagem". Poucas coisas estão tão ligadas a quem eu sou como o Colégio de Aplicação. As polêmicas naturalmente surgiram, afinal as atribuições da instituição dentro do contexto acadêmicos não são claras para todo mundo. Sempre que discutimos, três pontos se destacam: a natureza original dos colégios de aplicação, a finalidade atual associada ao tripé de ensino-pesquisa-extensão e a realidade contida nos muros.

O documento utilizado na comunicação oral, elaborado por mim, traz já na primeira página algumas das minhas ideias sobre o tema. Para mim, um CAp se concretiza enquanto espaço de ensino – aos universitários e aos estudantes do colégio; de pesquisa aos estagiários, intelectuais, estudiosos, bolsistas e docentes; e de extensão, ao promover os resultados disponibilizando-os às secretarias municipais e estaduais de educação, além dos próprios pesquisadores das universidades através de eventos e publicações. Já que compõem a Universidade Federal do Acre como unidade, nada me parece mais natural.

Na sessão de comunicação livre, havia, claro, quem discordasse e acredita que o CAp deveria unicamente se dedicar a receber alunos das disciplinas de prática e investigação de ensino dos cursos de licenciatura. Percepção essa que, como já disse em outra postagem, me impediu de finalizar o projeto na minha antiga escola e teve como fruto um silenciamento.

Amanhã, 6 de Novembro, estou pensando em assistir as apresentações do Grupo de Trabalho 13: Linguagens e silêncios curriculares. Meu antigo professores espanhol, ex-diretor do CAp e ex-pró-reitor de assuntos estudantis da Universidade e atualmente mestrando, Cleilton França do Santos, vai realizar uma comunicação. Espero que seja interessante. Além dele, da prof. Lenilda Farias, que gosto bastante, me chamou a atenção para o mesmo GT.

Não posso estar em grande parte da programação que me interessa, alguns títulos são bastante sedutores. Pelos títulos das que gostaria de assistir, duvido que alguém supere a comunicação da Vanessa Nogueira de Oliveira: “Um pacote de bolacha, uma sandália havaiana e um copo de suco: táticas de sobrevivência de um estudante de teatro na Amazônia acriana”. Acho que a comunicante vai tomar um tom muito único e divertido. Essa promete! 

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