Planejamento

Segundo meu prof. de Economia Política, planejar é pensar escrevendo. Como tenho muita vontade de levar minhas ideias para o rumo da concretização, vou planejar publicamente para me levar a desenvolvê-las e contribuir em ação para o mundo.

Eu percebo a necessidade de produzir conteúdo na nossa região. Na verdade, é um dos grandes motivos que me lava a escrever: tentar guardar o sabor do meu viver, enquanto sujeito, também de forma pública. Se não fosse assim, poderia continuar com um diário manuscrito.

Apesar de não me ver como ativista, ainda que tenham em alguns momentos me apontado dessa forma, gosto de acreditar na perspectiva de mudança através de ações. E a este passo, percebo verdade quando dizem que todo ativista, mais cedo ou mais tarde, deve dar-se conta que não pode abraçar todas as causas. Em inglês, popularmente se diz também you can do anything, but you can not do everything.


Já tenho planejado algumas atividades para o ano de 2015, algumas coisas que nem pude terminar no ano passado, por exemplo. Finalizar realmente e publicar dois artigos científicos está no topo. Como estou me envolvendo mais com as ciências sociais aplicadas, acredito que o diagnóstico de conflitos nas instituições sociais é um bom objeto de estudo. Não que eu me pretenda a ser mero observador, afinal de contas, eu mesmo, tenho buscado me colocar como um agente.

Estudando Direito resisto aos grupos que destacam o Direito com suas disciplinas em Ciências Jurídicas. A tendência elitista do meio não é novidade para ninguém e tentar se destacar assim é só mais uma bobagem, pra mim. Pessoalmente, baseado na minha posição e em minhas leituras, prefiro o Direito entre as Ciências Sociais Aplicadas, como apontado pelo CNPq,  por se utilizar de diversos conhecimentos para tentar solucionar problemas da vida em sociedade, dos espaços e recursos partilhados entre nós. As questões de objeto e método ainda precisam ser melhor discutidas.

Por enquanto,  a leitura de A pesquisa-ação, escrito por René Barbier e emprestado pelo coordenador do curso, foi bastante elucidativa e indico a quem se propor, no curso de Direito também, algo além de estudar para concurso público.

Um dos meus momento preferidos do livro trata da ciência, do conhecimento da mudança:

"Se por muito tempo o papel da ciência foi descrever, explicar e prever os fenômenos, impondo ao pesquisador ser um observador neutro e objetivo, a pesquisa-ação adota um encaminhamento oposto pela finalidade: servir de instrumento de mudança social. Ela está mais interessada no conhecimento prático do que no conhecimento teórico. Os membros de um grupo estão em melhores condições de conhecer sua realidade do que as pessoas que não pertencem ao grupo. A mudança na pesquisa clássica, quando há lugar para isso, é um processo concebido de cima para abaixo. Os resultados não são comunicados aos sujeitos, mas remetidos aos que têm poder de decisão, iniciadores da mudança programada. A produção de conhecimento pode ser independente e distinta do progresso social. Contrariamente, a pesquisa-ação postula que não se pode dissociar a produção de conhecimento dos esforços feitos para levar à mudança. O que impõe manter temas dos trabalhos de pesquisa que sejam do interesse deles." (BARBIER, 2002, p. 53)

Do meu interesse há o mundo, mas não podendo tomando num gole, estou tentando delinear algo mais definido. De início pretendia me esforçar realmente com a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia submetendo um projeto de extensão à Pró-reitoria de extensão da Ufac, como está no
edital. Para a XII edição que ocorrerá entre os dias 19 e 25 de Outubro e a temática será "Luz, ciência e vida". Mas conseguir um coordenador de confiança e comprometido é, no mínimo, complicado.

Tentando focar mais no que posso fazer sem depender de terceiros, estou querendo fazer alguns vídeos pequenos usando a técnica de stop motion. Já havia um certo que queria fazer isso, mas não dispunha de recurso, mas como recentemente consegui um Nokia N8 com uma câmera boa, acredito que posso tentar, ainda que com uma infraestrutura bastante improvisada.



A técnica de stop motion é bastante dissemina na produção de animações, por exemplo em A fuga das galinhas. Claro que disponho de menos tempo e não vou ter retorno financeiro para produzir algo usando massa de modelar como nesse tipo de produção cinematográfica, no entanto, realmente quero tentar produzir algo útil.

Abaixo está o meu primeiro experimento com o app para Symbian, o Stoppola. Já que a versão para produzir em HD custa mais de R$10, por enquanto vou me limitar a qualidade de imagem em HQ mesmo.



Este é o segundo vídeo, experimentei tirar as fotos, organizá-las no Photoshop e adicionar trilha sonora. Aparentemente não ficou suficiente melhor para me levar a ter todo esse trabalho, portanto acho que vou me limitar a usar o Stoppola mesmo, apesar do processador do meu smartphone não ser grande coisa.



Ainda continuo a planejar.

BARBIER, René. A pesquisa-ação. Tradução: Lucie Didio. Brasília: Liber Livro Editora, 2004. (Série Pesquisa em Educação v.3) p. 53.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Coesão

Pesquisa como um mecanismo social

Zona de conflito