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Reutilizando: panfletos antigos por origami

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Gosto de diálogos entre arte e ciência e é um dos motivos pelo qual curto a pagina Scientific Illustration for the Research Scientist . Eles produzem e selecionam um conteúdo bacana e se diferenciam de grande parte das páginas presentes no Facebook com piadas repetidas e boatos infundados. Hoje de manhã, uma das atualizações deles me levou a assistir um vídeo do canal  Innova Crafts do YouTube. Tratava-se de um "como fazer" borboletas de papel com dobraduras, ou melhor: origami.  Como a própria descrição do vídeo diz, tudo é bem fácil. Com um pouco de atenção você consegue fazer várias em pouco tempo. As borboleta, se feitas com um papel vívido, ficam muito bonitas. Quem estiver querendo dar um presente criativo para o amigo ou namorado, pode experimentar as borboletas, como também as rosas e outras dobraduras. Particularmente, eu prefiro esses presentes em que a pessoa gasta mais que dinheiro: ela se dedica a construir algo com as próprias mãos para presen

ArqueoAcre

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Ontem assisti a uma palestra sobre arqueologia na Biblioteca da Floresta. Apesar dos atrasos, tratou-se de uma abordagem bem coerente com o espaço: sucinta, elucidativa e relacionada com o contexto amazônico. ArqueoAcre é o título presente na página do evento no Facebook e sintetiza o projeto de pesquisa e formação em sítios arqueológicos da região, apoiado pelo Instituto do PatrimônioHistórico e Artístico Nacional (IPHAN), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal do Acre (UFAC). Numa análise particular, tendo em vista o art. 207 da Constituição Federal, o qual impõe o princípio de indissociabilidade entre ensino-pesquisa-extensão às universidades, o projeto tem obtido muito sucesso. Além de buscar formar arqueólogos acreanos, está construindo conhecimento regional e o melhor: a equipe se preocupou com a extensão e tem levado grande parte das discussões à comunidade.  Fotografias da visita da comunidade ao sítio arqueológico Sol de Campi

Noites passadas

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Minha companhia dormia ao lado da minha cama, num colchão velho, desses que, temos em casa, guardado para as visitas inesperadas e normalmente queridas. Já naquela época, mesmo diante de resmungos encontrava maneiras de ter por perto quem eu queria. Sabia que não conseguiria dormir vendo cada movimento estático de sono durante a noite, mas ainda valia à pena. E por acreditar valer à pena, me levantei em cima da cama, pus meus pés na beirada, como que num trampolim, me preparei e mergulhei por inteiro naquele corpo. Um mergulho mortal e de cabeça. Alaguei-me de ti. Envolvido pela viscosidade confesso que em alguns momentos fiquei sufocado e quase morri afogado, mas em outros ia à parte mais funda e como se voltasse aos meus tempos intrauterinos ficava de olhos fechados simplesmente me sentindo envolvido pelos sons e formas. Não buscava ar. Esquecia-me que a ligação, de fato, não existia e que, portanto não seria nutrido e se ali permaneces

Planejamento

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Segundo meu prof. de Economia Política , planejar é pensar escrevendo. Como tenho muita vontade de levar minhas ideias para o rumo da concretização, vou planejar publicamente para me levar a desenvolvê-las e contribuir em ação para o mundo. Eu percebo a necessidade de produzir conteúdo na nossa região. Na verdade, é um dos grandes motivos que me lava a escrever: tentar guardar o sabor do meu viver, enquanto sujeito, também de forma pública. Se não fosse assim, poderia continuar com um diário manuscrito. Apesar de não me ver como ativista, ainda que tenham em alguns momentos me apontado dessa forma, gosto de acreditar na perspectiva de mudança através de ações. E a este passo, percebo verdade quando dizem que todo ativista, mais cedo ou mais tarde, deve dar-se conta que não pode abraçar todas as causas . Em inglês, popularmente se diz também you can do anything, but you can not do everything . Já tenho planejado algumas atividades para o ano de 2015, algumas coisas que nem

Universidade liberal

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É provável que haja termo melhor na Língua Portuguesa para definir este objeto ao qual me pretendo voltar, mas não o conhecendo usarei a alcunha que serve de título e que em parte surge do que é conhecido como ‘Liberal Arts Faculty’.  Me vejo em algumas circunstâncias sendo intimado a me definir. Evidentemente eu adoraria saber de certo quem sou, se eu soubesse provavelmente estaria fazendo algo bem mais interessante do que estar na Universidade, embora não consiga imaginar tal coisa. Ao tentar me ligar às várias áreas simultaneamente encontro barreiras de tempo e espaço. Se eu viver até os 70 anos com saúde, tendo em vista o crescimento exponencial das obras que preciso ler, ainda assim, vou morrer sem ler tudo o que me interessa. Quanto ao espaço, infelizmente não posso estar presente nos eventos que quero, já que não vivo numa grande metrópole ou um centro científico-tecnológico. Ademais, há um terceiro problema: as pessoas, o que elas pensam e o que falam. Eu

Eu vivo em casa. Eu, vivo, em casa.

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11:22h. Eu. Vivo. Hoje tenho prova de Direito Penal, nem a minha disciplina favorita, mas preciso estudar. Acordei de manhã umas 8h e há alguns minutos cansei de ficar no meu quarto, peguei meu bloquinho com conceitos escritos e fui andar no Parque da Maternidade para tomar ar. Perguntei pra minha mãe se queria que comprasse alguma coisa no mercado para fazer a salada do almoço. Ela disse que talvez tomates. Depois de ver os tomates mais feios, resolvi ir andar logo. Tomei o caminho do Parque da Maternidade e resolvi visitar o Cacimbão, ficar na sombra do bambu e escutar barulho de água caindo. Sentado no Cacimbão, lendo os componentes do crime, segundo a teoria bipartida e a tripartida, percebo alguém descendo a rampa e olhando fixamente pra mim. Se aproximou com a mão no colo abaixando a camisa como se escondesse algo: - Tu mora aonde, meu chegado? - Eu? - É. Tu mora aonde? - Eu moro aqui. - Aqui onde? - Aqui. - Aqui onde? - Aqui no Aviário? - Tu é irmão do Mar

Camisa ao avesso

Pretendo sair de casa com uma camisa ao avesso. Por quê? Estou cansando de escolher roupas. Gosto de estar bem vestido, mas isso demanda tempo. Demanda tempo me expressar numa roupa. Me perceber no dia e transmitir algo aos outros me causa atrasos. O fato de usar uma roupa ao avesso já é uma tradução minha. O avesso da roupa deixa as costuras serem vistas, deixa o feio ser percebido. Via de regra, sou autêntico, independentemente do contexto. Mas estou sentindo peso demais por esses dias. Essa camisa que ganhei quando tinhas uns 16 anos não me cai mais tão bem. A maior parte das camisas transmitem um eu extremamente menino, mas não me vejo bem assim. O pior é que não me vejo como adulto e nem quero ser adulto. O arquétipo de adulto é triste. Quero me levar a sério diante dos problemas, mas saber rir como jovem que não desiste de mudar. Essa questão de imagem é extensa. Meu cabelo, a forma do meu corpo, minhas roupas. O que esperam de mim é o que eu abomino, não quero me format

Semente #1

No instante atual, continuo sem perceber o Direito como ciência, apesar da insistência dos meus professores em afirmar tal coisa. Me lembrei hoje de A brave new world , um filme baseado num livro homônimo. Como tenho pensado diariamente sobre as chamadas Ciências Sociais Aplicadas – Arquitetura, Jornalismo, Administração, Economia, Paisagismo, Direito, etc. – e sobre maneiras de realmente percebê-las enquanto ciências, hoje me lembrei da figura dos Engenheiros Sociais no filme. Além disso, me lembrei de um dos objetivos da Constituição: imprimir conformação à sociedade. Os Engenheiros Sociais no filme, apesar de não julgar, são responsáveis por reproduzir a forma da sociedade em que vivem. E honestamente, uma das visões que tenho sobre o Direito é a de ser raramente transformador.